A Comissão
Parlamentar de Inquérito da Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Amapá
realizou nesta quinta-feira (12) a sexta sessão ordinária. A partir de agora, os
convocados começam a prestar informações à CPI e a primeira oitiva foi do
presidente do Conselho Estadual de Saúde, Raimundo Lima.
Para ele, a
saúde nos municípios do Estado do Amapá é um problema muito sério que deve ser
verificado desde a condição de trabalho dos profissionais até o atendimento de
qualidade para a população. Roberto Lima conta que o Conselho é um órgão
fiscalizador que recebe inúmeras denúncias, porém não pode realizar com mais
precisão este trabalho. “Estamos de mãos atadas, temos muitas dificuldades, pois
segundo o que preconizou a Lei nº 8.142 os recursos emanados do orçamento da
saúde ficam para o gestor da saúde, então todas as vezes que o Conselho precisa
fazer suas atividades tem que enviar ofício, encaminhar para que o secretário
tome conhecimento e a partir daí deliberar e fazer os deslocamentos. Isso é um
período muito longo para que possamos de direito atuar”. Ele diz que a intenção
é realizar visitas noturnas em unidades, hospitais e centros de emergências
tanto na capital quanto nos municípios, porém o órgão não possui condições e a
única logística existente é um veículo que encontra-se com problema.
Segundo o
presidente da CPI da Saúde, deputado Dalto Martins, são muitas as informações
que chegam sobre a Secretaria Estadual de Saúde. Os municípios de Oiapoque e
Laranjal do Jari são os que mais possuem problemas, além dos serviços
especializados como oftalmologia que há algum tempo não são realizadas cirurgias
de catarata, nefrologia com dificuldade no atendimento e o sistema terceirizado.
“Até o serviço de emergência de tomografia está parado”. Dalto Martins declara
que é preciso atentar para o Conselho Estadual de Saúde, pois o órgão é mantido
pela Secretaria Estadual de Saúde e esta não libera o recurso necessário para
fiscalização. “O presidente, os conselheiros estão todos com dificuldades e
prejudicados. Foi importante a vinda deles, porque o Conselho tem uma
responsabilidade civil e constitucional para fiscalizar”, diz ele ressaltando
ainda que a CPI já possui documentação farta para propor mudança na SESA.
Mudança
Ainda serão
ouvidos vários representantes de entidades ligados à saúde, entre eles
sindicatos, associações e empresários que prestam serviço para a Secretaria
Estadual de Saúde. “Vamos fazer auditoria em todos os contratos, convênios da
SESA para termos o juízo de valor. Isso é só o início de um problema grande, mas
que podemos colaborar para que melhore a administração da saúde no Amapá”, diz
Dalto Martins.
O diretor de
imprensa do Sindicato dos Médicos do Estado do Amapá, Fernando Nascimento,
participou da sessão desta quinta-feira e contou que é de fundamental
importância a instalação da CPI da Saúde para esclarecer o caos que está
instalado. “É importante que os deputados ouçam as entidades e consigam entender
a sistemática e a dificuldade que é prestar uma assistência adequada para a
população em virtude de tantos problemas. No atual governo estamos há um ano e
quatro meses e ainda não conseguiram licitar nada, os familiares estão comprando
remédios para o paciente e isso é obrigação do Estado”. Fernando Nascimento
ainda comenta que uma solução de médio e longo prazo seria que qualquer
secretário que entrasse na Secretaria elaborasse um planejamento para saber qual
rumo tomar diante da situação.
Visita nos
municípios
Os membros da
Comissão Parlamentar de Inquérito da Saúde decidirão este fim de semana o
próximo a ser ouvido no plenário da Assembleia Legislativa e ainda as visitas
até os municípios de Oiapoque e Laranjal do Jari. “No Oiapoque existe uma
dificuldade muito grande, são mais de 27 mil habitantes e somente 02 médicos; e
Laranjal do Jari tem sua população também elevada, uma vez que é divisa com o
Pará e sua estrutura não comporta a demanda. Além disso, vamos montar a
programação de visitas e analisar outros pontos como a segurança nas unidades,
equipamentos quebrados, roubados e furtados”, finaliza Dalto Martins.
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